quinta-feira, 9 de abril de 2015

coisa nenhuma (ou nada outra vez)

Amor
não sei a razão
porquê Amar-te
não sei porque não
mas devo-te a verdade
não devo negar-te
o carinho
com que nunca faltaste

Amor
não sei o que quer dizer
tenho a minha maldição
sinto só o que é dos outros
nada em mim
Não posso fechar os olhos
porque dentro
não há nada para ver
tenho que ficar sempre acordado
para não sentir a dor
de coisa nenhuma

(E) hoje que te olho
como tu olhas o mundo
acho-me ainda mais perverso

afagar de cabelos
suspiros, cantos, ais
devo merecê-los
mesmo que nunca mais

foras tu como todos
e acabar o amor seria só isso
mas és tu,
és
afagar de cabelos,
suspiros
és todos os sorrisos e
consegues tê-los
todos num espreguiçar matinal

És o bem,
sem erros.

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